Saiba tudo sobre a faculdade de cinema e audiovisual
Você já imaginou como seria trabalhar com cinema? Tem criatividade e vontade de criar obras audiovisuais incríveis? Neste texto, falaremos sobre a faculdade de Cinema e Audiovisual e as muitas oportunidades de carreira na área!
Estudante de cinema e audiovisual (Fonte: Blog Tua Carreira)
Vídeos para lá, vídeos dentro de vídeos para cá… Para onde quer que você olhe, verá uma obra ou comunicação audiovisual. Os vídeos estão tão integrados às nossas vidas que chega a ser difícil perceber que estamos completamente cercados por suas ramificações. Ainda assim, esse mergulho pode gerar alguma inspiração. Talvez você pense: e se eu quiser trabalhar com filmes, série, videoclipes ou mesmo animação, como faço? Preciso fazer uma faculdade de cinema?
Esse é o início de uma série de textos que responderão a fundo a essa pergunta. A série busca apresentar o curso de cinema, as inúmeras carreiras em audiovisual, a história do cinema e os desafios de se criar obras audiovisuais de todos os tipos. Contudo, precisamos primeiro entender o que é esse tal de audiovisual.
Imagem e som
A princípio, audiovisual se refere a qualquer meio de comunicação ou mensagem que estimule os sentidos da visão e audição nesse processo de comunicação. Mas a definição não se basta pelos sentidos utilizados. Um texto não configura uma comunicação audiovisual, ainda que o leiamos ou escutemos. Para o audiovisual, o que importa é imagem e som.
É por esse motivo que a expressão “linguagem audiovisual” é tão comum em textos e vídeos com críticas cinematográficas. Na construção de uma mensagem com imagens e sons – em essência, um vídeo – há uma linguagem específica, uma série de códigos diferentes das regras textuais que aprendemos desde cedo na escola.
O audiovisual também é muito usado como uma expressão para todo um setor de mercado. É um mundo vasto e com infinitas possibilidades.
GRADUAÇÃO: A FACULDADE DE CINEMA
A graduação em cinema recebe diferentes nomes no Brasil dependendo de cada Instituição de Ensino Superior (IES). No entanto, uma boa faculdade de Cinema e Audiovisual deve ter o objetivo de preparar o aluno não só para o mercado de cinema, mas também para todas as outras possibilidades desse imenso setor, sempre com grande foco no digital.
Vale lembrar que há outros cursos de graduação que conversam com a faculdade de Cinema. São eles:
- Rádio e TV;
- Publicidade e Propaganda;
- Jornalismo;
- Produção Multimídia.
Opções de curso
Para Cinema existem as opções de Bacharelado, Licenciatura e Tecnólogo. As duas primeiras são graduações de 4 anos, enquanto o tecnólogo é um curso de 2 a 3 anos de duração. Vamos focar aqui no Bacharelado, por dois motivos:
- Ele apresenta uma formação mais completa do que o Tecnólogo;
- O Bacharelado é também mais voltado a formar o aluno para o trabalho na produção audiovisual, enquanto a Licenciatura foca na formação de pesquisadores e professores.
Alunos gravando em um set (Fonte: The Black and Blue)
Grade curricular
A grade curricular dos cursos de cinema se divide prioritariamente em disciplinas teóricas e práticas, ficando a cargo de cada escola a priorização segundo seus pontos fortes.
Disciplinas teóricas
Todos os cursos apresentam disciplinas teóricas como:
- a história do cinema no mundo;
- os movimentos cinematográficos;
- a história do setor no Brasil;
- conceitos narrativos do cinema, como a semiótica, a montagem, dentre outros.
Disciplinas práticas
As disciplinas práticas costumam apresentar o desenvolvimento de projetos por parte dos alunos, com a produção de curtas-metragens sendo o exemplo mais frequente. Assim, a cada disciplina, os estudantes podem experimentar as diferentes funções dentro de um filme. Curtas e até mesmo longas podem ser trabalhos de finalização de curso. As faculdades de Bacharelado também apresentam a necessidade de Estágio Obrigatório no final do curso.
Notas de corte
Para você que tem interesse em ingressar em uma faculdade de cinema, uma das informações mais procuradas é a nota de corte no vestibular. Segundo o site Quero Bolsa, que apresenta um levantamento das notas de corte para cada curso, a faculdade de cinema tem como média no Brasil as seguintes notas:
Maior nota de corte: 750,64
Menor nota de corte: 750,64
Maior nota de corte: 705,32
Menor nota de corte: 705,32
No FIES, o aluno deve atingir uma nota mínima de 450 e não zerar a redação. Com essas condições cumpridas, ele passa a concorrer pelas vagas disponíveis. Essas foram as notas para o ano de 2017.
- média = 601,42
- maior = 691
- menor = 505
Encontrando uma boa faculdade de cinema
É muito importante buscar uma faculdade que desenvolva sua grade curricular pensando nos diferentes tipos de produção audiovisual que podem fazer parte da carreira de um aluno. A partir das variadas produções, o estudante precisa ter acesso aos aspectos teóricos e práticos necessários, para ter mais conhecimento sobre os possíveis caminhos no processo de construção de sua carreira.
Há algumas faculdades em todo o Brasil com destaque no curso de Cinema e Audiovisual, que são muito bem avaliadas pelo MEC. Dentre as que possuem conceitos entre 4 e 5, podemos citar:
- Centro Universitário Uma;
- Escola de Comunicação e Design Digital (Instituto Infnet);
- Faculdades Integradas Barros Melo;
- Faculdade Armando Álvares Penteado.
- Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais;
- Universidade Federal de Santa Catarina;
- Universidade Federal da Paraíba;
- Universidade Metodista de Piracicaba;
- Universidade Federal Fluminense.
Estudantes de cinema se preparando para ir ao Sundance Film Festival 2016 (Fonte: PennState University)
CAMINHOS A SEGUIR
Agora que você já sabe mais sobre a graduação, como percorrer as possibilidades dessa área e encontrar o que você quer fazer? Como você já sabe, a faculdade de cinema é um bom ponto de partida para apresentar esses caminhos com a estrutura de apoio necessária. Portanto, vamos entender aqui quais são as carreiras mais comuns para as quais a faculdade de cinema pode te preparar. Vamos descobrir também qual a função exercida por cada uma delas na produção de um filme.
É claro que um texto só não é suficiente para resumir todo um mercado, por esse motivo, esse primeiro texto da série enfoca nas principais carreiras e em uma visão geral da área. No próximo texto, entraremos em detalhes nas características e perspectivas das diferentes carreiras do setor. Acredite, são muitas!
Nosso foco aqui é no mercado audiovisual, por isso vamos olhar para as principais atuações de profissionais deste mercado.
Vamos ao que interessa!
Trabalhar com audiovisual pode dar a ideia de que você terá uma câmera a todo o tempo com você. Filmar talvez seja a atividade definidora desse ramo, mas de forma alguma é a única. Você pode trabalhar com textos, programas de edição, com o som, com planejamento, questões financeiras…
Ainda assim, é inegável a posição central que a câmera ocupa para o cinema e seus muitos paralelos. A direção é a atividade mais associada à câmera no senso comum e também a com maior glamour, portanto, vamos começar com ela.
CINEASTA E DIREÇÃO
Cineasta
Uma das palavras mais ambiciosas do ramo é “cineasta”. Alguém que vive de cinema, mas não só. Cineasta é a pessoa que lidera um projeto de cinema. É quem faz o filme acontecer em sua parte artística. Costumamos associar o termo a pessoas criativas, que se tornam renomadas no campo da arte. Cineastas são, em sua enorme maioria, diretores.
Diretor Stanley Kubrick no set de filmagem (Fonte: Medium)
Diretor
O diretor é o líder artístico do projeto de uma obra audiovisual. A diferença está no conteúdo do projeto. Enquanto imaginamos um cineasta realizando apenas filmes com grande valor artístico, um diretor ou uma diretora serão a pessoa liderando as filmagens de qualquer vídeo. Seja um projeto cinematográfico, um programa de auditório na televisão ou um comercial, é o diretor quem determina as imagens e sons que serão capturados.
É por esse motivo que essa é a figura mais valorizada e por vezes até cultuada dentro do ramo. Há pouco falamos sobre a “linguagem audiovisual”. Ninguém é mais responsável por isso em um vídeo do que o diretor. Essa responsabilidade significa pensar em cada plano do filme, quais imagens devem ser compostas, como o som cruza com essas imagens. Se algo aparece na câmera e não houve erros, é porque o diretor quis assim.
Por isso o diretor é o principal responsável também pela direção dos atores. Afinal, eles são grande parte da atenção que damos como espectadores ao que aparece na tela. A responsabilidade da direção dos atores é tão grande que projetos maiores contam com preparadores de elenco e inúmeros ensaios.
Além da atuação, a imagem que se tem sobre o trabalho no ramo não conta apenas com o diretor, mas também com o cenário desse trabalho: o set de filmagem. O diretor é quem manda no set, mas não é tão simples assim.
Assistente de direção
Imagine que você tem que liderar um projeto criativamente. Pensar nas imagens e sons mais adequadas para cada cena, dar indicações aos atores, consultar o roteiro… e de repente descobre que um profissional de iluminação faltou. O controle sobre o set é um trabalho que atrapalha as obrigações criativas do diretor. Por isso existe uma função muito conhecida, mas menos compreendida: o Assistente de Direção.
Podem existir diferentes assistentes, com diferentes funções. A principal é o controle do set, justamente para que o diretor foque no lado criativo. O assistente de direção cuida para que todas as cenas planejadas para um dia de filmagem tenham tudo à disposição para a gravação.
É essa pessoa que garante se os elementos técnicos estão funcionando antes de o diretor gritar “Ação!”. Também faz parte da função do assistente de direção verificar se todas as pessoas necessárias para a gravação estão presentes e prontas. É essa pessoa que busca atender as demandas de última hora do diretor.
Mas a direção está sempre pensando na filmagem, no aspecto criativo. As questões comerciais e de planejamento do projeto costumam estar nas mãos de outro ramo importantíssimo do setor: a produção.
Martin Scorsese dirigindo Rober De Niro no set de O Rei da Comédia (Fonte: CinemaCena)
PRODUÇÃO
Produtor
O produtor é a figura complementar ao diretor na liderança do projeto. Se a liderança do diretor é artística, criativa,
a liderança do produtor é comercial, financeira, na viabilização de um projeto. Não existe filme sem produtor. Sua importância é tamanha que é para essa figura, a do produtor principal de um filme, que é dado o Oscar de Melhor Filme a cada ano.
A figura do produtor não trabalha com câmeras. Seu trabalho utiliza muito mais planilhas e cronogramas. É a pessoa do planejamento, do controle financeiro do projeto. Também é a pessoa que faz reuniões em busca de dinheiro, de acordos vantajosos para a realização de um vídeo, que contrata os profissionais envolvidos, incluindo o diretor.
A produção é uma das funções mais complexas, pois apresenta uma série de divisões dependendo do tipo e, principalmente, do tamanho da produção. As pessoas mais ligadas ao planejamento e orçamento de um vídeo costumam ser chamadas da forma mais simples: Produtores ou Diretores de Produção. São os grandes responsáveis pela execução de um filme. Mas pode haver uma outra pessoa acima, o Produtor-executivo.
Produtor-executivo
Em geral, os produtores-executivos são as pessoas que conectam a equipe de um filme com o estúdio que contratou o projeto. Fazem a captação de recursos e, no caso do Brasil, é comum que sejam sócios de produtoras. Muitas vezes, é a pessoa que concebeu a ideia por trás da obra.
Outros produtores
Abaixo do produtor principal da obra, segue uma série de divisões para cuidar de todos os aspectos. São eles:
- Produtor de Set ou Platô, responsável por todos os aspectos do planejamento e execução de um set de filmagem;
- Produtor de Locação, responsável por encontrar as locações e negociar as condições para o uso para a filmagem;
- Produtor de Elenco, responsável pelo planejamento, orçamento e apoio a todo o trabalho de contratação e preparação do elenco junto à direção;
- Produtor de Arte, que realiza o planejamento necessário para o trabalho da direção de arte, dos figurinos, de tudo que aparece na tela e no cenário que não sejam os próprios atores.
Christopher Nolan (esquerda) como produtor no set de filmagem do Homem de Aço, dirigido por Zack Snyder (direita)
(Fonte: Adoro Cinema)
ROTEIRO
No cinema americano, é comum ouvirmos falar sobre um tripé do projeto: produção, direção e roteiro.
Não adianta uma grande capacidade de realização e uma linda visão artística sem uma história a ser contada.
Roteirista
O roteirista tem a função menos valorizada desse trio por alguns motivos. Sua atuação ocorre mais no início de um projeto audiovisual, enquanto diretor e produtor acompanham tudo. O roteirista pode não parecer tão necessário em uma cultura que valoriza o diretor como criador e dono de uma história, uma visão comum aqui no Brasil. Muita gente sequer sabe que ser roteirista é um trabalho e que cada programa ou filme que assistem na vida provavelmente conta com o trabalho de roteiristas.
A função é simples. Escrita. Mas não é fácil. Conceber a história, seja a partir de uma ideia própria ou de outra pessoa, como o diretor ou o produtor, significa construir personagens, universos, se preocupar com a estrutura de uma trama. Essa trama precisa engajar e emocionar o público por 15, 30, 45 minutos, ou até horas, no caso dos filmes.
O roteirista atua em todo tipo de formato audiovisual. Pode criar o roteiro de videoclipes, esquetes ou vídeos de YouTube, episódios diários ou semanais de programas de televisão de quaisquer tipos, como novelas, seriados, filmes. No caso dos comerciais, quando o anúncio utiliza vídeos, a função tem uma interseção com os redatores, que escrevem para a publicidade. É comum ver roteiristas ou redatores transitando entre o audiovisual e a publicidade.
Roteiro usado durante o teste da atriz Carrie Fisher, para o papel da Leia em Star Wars (Fonte: Uol)
DIREÇÃO DE ARTE
Existe um outro tripé bem importante para um filme e outras obras de maior escala, o tripé da construção artística de um filme: Diretor, Diretor de Arte e Diretor de Fotografia.
A Direção de Arte dialoga com a Produção de Arte na criação de todos os elementos visuais presentes no cenário, sendo a direção a responsável pelos aspectos e decisões criativas por trás desses elementos, e a produção a responsável por viabilizá-los.
Os trabalhos sob os cuidados da direção de arte são diversos. Envolvem figurino, cabelo e maquiagem, objetos de cenário e construção de cenários.
É uma carreira valorizada por sua capacidade de dar a um vídeo uma identidade com todos os elementos que parecem invisíveis aos olhos do espectador, mas que fazem toda a diferença. São contratados para todo tipo de vídeo, incluindo comerciais.
Barbara Ling (direita) e Nancy Haigh (esquerda) exibindo o oscar de melhor direção de arte recebido
em 2020 para o filme Era uma Vez em Hollywood (Fonte: Oscar.com)
DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA
Voltamos para as câmeras. Cada diretor tem as suas especialidades. Alguns são melhores na direção de atores, outros na direção de arte. Mas a interseção mais comum de habilidades de um diretor é com a Fotografia.
Diretor de fotografia
A direção de fotografia é a principal responsável por dois aspectos essenciais em qualquer vídeo: câmeras e iluminação. Basicamente, qualquer imagem pensada pelo diretor depende do trabalho da direção de fotografia para que existam as condições ideais de captura dessa imagem.
Diretores de Fotografia precisam entender de câmeras, lentes e dos variados tipos e ferramentas de iluminação. Os equipamentos para esse trabalho estão entre os mais caros presentes no set. No caso das câmeras e lentes, além de caros, são equipamentos com muitas especificidades, tornando um desafio se manter atualizado com as configurações e efeitos gerados para cada vídeo.
Profissionais de apoio
Por conta dessa complexidade, a direção de fotografia conta com alguns profissionais de câmera ou de iluminação sob seu comando. Na filmagem, temos os operadores de câmera, que podem ser diferentes para determinados tipos de câmera. É comum que produções maiores precisem contratar profissionais específicos apenas para a operação de uma steadicam, por exemplo. O operador pode contar com um assistente próprio, tamanha a complexidade de se operar algumas câmeras.
Existem funções ainda mais específicas, como o foquista, responsável por garantir que o foco da imagem está adequado à proposta do vídeo na medida em que se utilizam diferentes câmeras e lentes.
Na parte da iluminação, pode haver um ou mais técnicos responsáveis pela instalação e configuração de todos os objetos de iluminação de um filme. Cada ângulo de câmera diferente que é usado para uma mesma cena significa a mudança de posicionamento, ângulo e intensidade dos equipamentos de iluminação, que precisam ser pensados de forma que a estética de toda a cena se mantenha coesa, independente do ângulo ou da passagem de tempo no dia da filmagem.
Cena do filme Roma, premiado com o Oscar de melhor fotografia (Fonte: divulgação)
EDIÇÃO E MONTAGEM
Editor
Muitos teóricos do cinema apontam a montagem como o elemento que diferencia o cinema das outras artes. Chamado de sétima arte, o audiovisual como um todo tem por característica a convergência de diversas outras artes: pintura, música, teatro, etc.
A montagem e sua atividade básica, a edição, seriam os elementos que tornam o cinema único, uma arte em si. Não é à toa. É praticamente inconcebível a ideia de um vídeo profissional ir ao ar sem passar pelos processos de edição.
Esse trabalho envolve a união e tomada de decisão de cortes de todas as tomadas filmadas, todos os sons gravados e todos os efeitos gerados para a reprodução de um vídeo. Nos níveis mais simples, a barreira de entrada é baixa, pois a edição de um vídeo requer um conhecimento básico de um programa de edição. Mas a velocidade com a qual essa atividade se torna mais complexa é impressionante, valorizando bastante os profissionais com domínio das técnicas.
Editor de VFX
Dentro do mundo da edição, existem os profissionais de efeitos visuais, setor amplamente conhecido como computação gráfica. Esse é um setor de domínio bastante específico e que movimenta bastante dinheiro no mercado americano. No Brasil, os orçamentos de produção não costumam ter tanto espaço para a inclusão de efeitos visuais complexos, mas a publicidade faz bom uso dessas ferramentas.
Sally Menke, conhecida por ser a editora chefe da grande maioria dos filmes do Tarantino. (Fonte: Gainesville.com)
ANIMAÇÃO
Um profissional de animação tem algumas possibilidades de trabalho. A primeira é fazer efeitos de animação em qualquer vídeo, seja comercial, institucional, videoclipe, filme, série ou até chamadas em programas de televisão. Mas o principal objetivo desse tipo de profissional costuma ser o desenvolvimento de longas e seriados animados.
A animação é um trabalho bastante desafiador, que necessita de bastante conhecimento de técnicas de desenho e de programas de computador capazes de criar os elementos. Ainda assim, o mercado de animação tem bastante destaque no Brasil, com um público ávido por esse tipo de conteúdo e um grande potencial de comercialização de produtos oriundos das animações.
As animações brasileiras vêm se destacando inclusive como produtos de exportação do país, aparecendo em premiações internacionais e sendo vendidas para exibição em canais no exterior.
Animação Irmão do Jorel (Fonte: Cromossomonerd)
SOM E TRILHA SONORA
Designer de som
Assim como a iluminação necessita de técnicos especializados nos diversos equipamentos, o mesmo ocorre com o som. Produções maiores costumam contar com um Designer de Som, que planeja junto ao diretor os elementos sonoros que compõem a narrativa de um determinado filme. O longa Um Lugar Silencioso é um grande exemplo de equipe de som com bastante influência no processo de produção de um filme.
Técnicos de áudio
A maioria dos profissionais dessa área trabalha como técnicos na captação de áudio, tendo como especialidade os variados tipos de microfones e gravadores. Um dos trabalhos mais invisíveis ao público é o de técnicos que seguram a vara de boom, uma vara com um microfone na ponta, posicionada de forma que o profissional de som consiga captar o áudio dos diálogos ou das ações na cena com perfeição sem aparecer no enquadramento realizado pela Fotografia.
Trilha sonora
Aliado ao trabalho dos técnicos de som está a trilha sonora. Nessa etapa, o diretor procura um ou mais músicos que trabalharão na composição de uma trilha para um determinado filme. Em alguns casos, são utilizadas músicas já existentes, o que demanda um trabalho de aquisição dos direitos de reprodução das músicas por parte dos diretores.
John Williams, compositor da trilha sonora de Star Wars e Harry Potter e uma das pessoas mais premiadas da história do cinema
(Fonte: CBN CAMPINAS)
VIDEOMAKER OU FILMMAKER
Ao falar dos diferentes caminhos de carreira, é natural citar exemplos de grandes produções que demandam centenas de profissionais. Mas quanto menor o orçamento para se fazer um vídeo, mais funções serão acumuladas por poucas pessoas. No limite, uma pessoa pode fazer um vídeo inteiro. Essa pessoa é conhecida como videomaker ou filmmaker.
É um caso comum para profissionais que gravam vídeos para YouTube ou para demandas de menor escala. São pessoas generalistas, que precisam unir conhecimentos de todas as áreas acima para chegar ao efeito desejado no vídeo. Uma tarefa complexa, por isso é tão comum se dizer que o cinema e o audiovisual como um todo são trabalhos coletivos. Muitas competências diferentes são necessárias para finalizar um projeto.
OUTRAS PROFISSÕES
Fazer um vídeo não é só planejá-lo, filmá-lo e editá-lo. Ainda é necessário fazer o marketing, a distribuição, a divulgação em redes sociais. Um vídeo pode demandar uma quantidade enorme de contratos, devido a todos os processos legais de contratação, aquisição de direitos, aluguel de equipamentos, locação e seguros para o trabalho no set de filmagens.
Atores, dublês, dubladores, advogados, administradores, todas essas são funções relacionadas ao mercado do audiovisual. Não abordamos tanto elas por envolverem especializações em outros tipos de graduação e não na faculdade de cinema, mas é bom ter em mente que o mercado também tem espaço para esses e outros profissionais.
Formas de atuação
Dentro das carreiras que abordamos, existem empregos no setor público, dentro das agências reguladoras como a ANCINE e das secretarias municipais e estaduais de cultura. O mais comum, no entanto, é que esses profissionais estejam no mercado privado, ainda que com o governo como cliente.
Por ser um mercado direcionado por projetos, existe uma forte tendência de que os trabalhos sejam temporários e que os profissionais acumulem projetos em seu portfólio na construção de uma carreira. Por isso, grande parte desses profissionais criam suas próprias empresas. Em alguns ramos, ou dependendo da empresa contratante,
é possível conseguir empregos de carteira assinada.
Os principais contratantes do ramo são produtoras e canais/distribuidores de conteúdo. Agências de publicidade podem contratar produtoras ou mesmo profissionais específicos. Outro caminho seguido por muitos que se formam em uma faculdade de cinema é o equilíbrio dos projetos com outros trabalhos que gerem estabilidade, como o caso de profissionais que são também professores em cursos e faculdades. Alguns optam pela diversidade de projetos em diferentes especialidades, caso dos videomakers, que podem trabalhar em todo o vídeo ou só na edição, por exemplo.
Nos próximos textos desta série, vamos mergulhar mais a fundo nos detalhes dessas carreiras, quais são as expectativas financeiras e alguns caminhos dentro dos projetos e das empresas contratantes.
Esperamos que você aprenda mais sobre as carreiras e a história do apaixonante setor audiovisual e como a faculdade de cinema pode te ajudar a seguir nesse caminho!