As áreas da Fotografia: Onde o fotógrafo profissional atua?
O campo fotográfico é bem grande, e são muitas as áreas nas quais um profissional pode se especializar. Como as possibilidades são muitas, o fotógrafo profissional pode atuar na área da fotografia pela qual tem maior afinidade ou interesse.
A seguir, conheça um pouco mais sobre a profissão, o mercado de trabalho, as áreas de atuação e, principalmente, como ganhar dinheiro no segmento escolhido!
FOTOGRAFIA DE FAMÍLIA E RETRATOS
A fotografia de família e de retratos é a mais tradicional. Todos nós temos uma foto, por mais simples que seja, com os nossos entes queridos.
É um campo vasto, já que o profissional pode ganhar a confiança da família e acompanhá-la por muitos anos. O fotógrafo, nesses casos, deve se manter atento e ter sensibilidade para entender as fases pelas quais cada família passa, principalmente com a chegada dos filhos. Eternizar as lembranças escolares, fazer ensaios externos, captar o dia a dia da família… enfim, são inúmeras as possibilidades que essa área proporciona.
Ensaios lifestyle X Ensaios em estúdio
Uma linguagem que vem crescendo são os ensaios lifestyle. São ensaios externos utilizando como locação ruas, parques, praças ou demais espaços urbanos, que trazem um contexto moderno e uma linguagem mais versátil.
Há ainda os ensaios em estúdio, que requerem um investimento maior, mas permitem melhores resultados de produção. O estúdio também pode ser usado como um local de encontro com o cliente, o que pode ser bem útil.
O interessante dessa área é que existem diversas formas de se trabalhar e é possível desenvolver diferentes estilos.
O primeiro passo que o profissional dessa área da fotografia precisa dar é conversar com seu cliente e entender seu perfil. Pode ser uma família clássica, que vai preferir um ensaio fotográfico em um estúdio ou na casa da família, ou uma família mais descontraída, que pode preferir um ensaio externo ou com elementos do seu estilo de vida.
Fotógrafa posicionando o bebê para o ensaio (fonte: Amanda Delaporta – Blog)
Ensaios Newborn
Além das fotos de família, outro estilo que vem crescendo e é um grande nicho de mercado envolve os chamados “ensaios newborn”. São fotografias que têm como objetivo eternizar os primeiros dias de vida do bebê.
Geralmente é um ensaio que precisa ser feito até o 15º dia de vida da criança, pois essa é a proposta desse tipo de trabalho. As fotos podem ser tiradas no estúdio ou na casa do cliente; o mais importante é deixar o bebê em um local aconchegante e silencioso, já que ele é um recém-nascido. Vários fotógrafos também oferecem pacotes de acompanhamento, por exemplo, cobrindo o primeiro ano de vida do bebê, com ensaios mensais ou a cada dois meses.
Pré-requisitos e remuneração
Existe um campo de trabalho muito vasto com esse tipo de fotografia. Normalmente o profissional trabalha com, no máximo, um assistente, principalmente em ensaios externos e com crianças.
Os valores dos trabalhos irão depender muito da proposta fotográfica e da quantidade de fotos. Por exemplo, se esse ensaio acontecer no estúdio e o profissional não tiver o espaço adequado, ele terá que alugar o local e isso acarretará um valor extra no orçamento. Se ele precisar viajar com a família ou até mesmo ir a um local mais distante, esses gastos também são contados no orçamento. No geral cobra-se em torno de R$ 800 a R$ 2.500 por ensaio.
Para um iniciante, é muito importante estudar e também praticar. Fotografe sua família, seus sobrinhos, faça alguns experimentos antes. Isso também te ajudará a formar um portfólio, com o qual será bem mais fácil conquistar seu primeiro cliente.
FOTOGRAFIA PUBLICITÁRIA
Iluminação e fundo para fotografia de um sanduíche (fonte: Estúdio Pixel)
A fotografia publicitária atua na criação de imagens que valorizam produtos, serviços ou ideias, com o objetivo principal de gerar vendas. Ou seja, esse é o trabalho de fotografia requisitado pela área de publicidade. Nesse tipo de atuação, o fotógrafo deve atender aos chamados “briefings” feitos por agências de publicidade, de acordo com as necessidades dos seus clientes.
Imagens que convencem
A fotografia é parte do esforço de venda de algo, que pode ser uma roupa, um alimento, uma bebida, uma forma de comportamento ou estilo de vida. Dessa forma a fotografia publicitária possui uma certa “magia”, já que deve ser impactante e chamar a atenção do público a que se destina. A foto de um carro utilitário, por exemplo, pode ser contextualizada em um ambiente rural, com luz e ângulos bem elaborados, para transmitir a ideia dos criadores do anúncio.
Nesse caso, a fotografia ajuda a produzir mensagens claras ou até subliminares, dando um caráter de verdade e legitimidade a um produto ou modo de vida.
Uma foto com uma modelo de biquíni, iluminada com uma luz mais intensa, com sombras mais acentuadas, pode ajudar a vender produtos ligados ao calor, como uma cerveja ou refrigerante, por exemplo. A cor da roupa e a cor da luz, que chamamos em fotografia de temperatura de cor, ajudam a vender esta ideia.
A fotografia de uma lasanha na embalagem do produto congelado deve passar uma ideia de desejo de consumir. Para isso, algumas fotos exploram o perfil do produto, mostrando suas camadas bem recheadas. A foto deve combinar com o texto da embalagem, com cores quentes como vermelho e amarelo. Tudo isso é uma mensagem subliminar que quer provocar o desejo de consumo.
Fotógrafo tirando fotos de um produto (fonte: MolaKeting)
Trabalho em equipe
Em geral, o fotógrafo publicitário atende agências de publicidade e também clientes diretos.
Por vezes a fotografia publicitária deve “casar” com o texto publicitário. Ou seja, o fotógrafo deve saber trabalhar em equipes e aceitar ideias que muitas vezes não são as suas. O departamento de criação, o redator e os diretores de arte propõem uma imagem e cabe ao fotógrafo a execução, pois ele nem sempre é chamado para participar da criação. Porém, é lógico, também cabe a ele dizer se há viabilidade técnica ou não para fazer a foto.
Subáreas da fotografia publicitária
Dentro da publicidade encontramos também algumas subáreas, como a fotografia de moda, a fotografia de produtos, a fotografia gastronômica, entre outras. É possível também encontrarmos fotógrafos que se especializam e se destacam em algumas delas, como é o caso do fotógrafo J. R. Duran, um dos mais reconhecidos do Brasil no campo da moda.
Pré-requisitos da fotografia publicitária
Esta é uma das áreas da fotografia mais planejadas, mais produzidas. Em geral, há pouca espontaneidade e muita produção. Também há bastante pós-produção, com uso de ferramentas como o Photoshop, da Adobe, que pode ajudar a adequar a imagem ainda mais à mensagem publicitária. Embora habilidades de tratamento de imagem geralmente sejam atribuídas a designers, um bom fotógrafo deve ter familiaridade com ferramentas de edição.
O fotógrafo publicitário necessita ter equipamentos mais organizados e robustos. Alguns exemplos são câmera de alta resolução, jogo de lentes, flashes de estúdio, computador e tripé de câmera, além da própria estrutura do estúdio fotográfico.
Tratamento de imagem com o Photoshop (fonte: Photoshopessentials)
A importância do estúdio
O espaço deve ser grande o suficiente para ter recuo para se fotografar, principalmente no caso de pessoas, além de fundo infinito, que pode ser de alvenaria, madeira, papel ou pano. Se for dedicado à fotografia de pessoas, deve possuir camarins, locais de descanso e algum material de produção, principalmente no caso de fotografia de produtos.
Existem, é claro, vários estúdios com maior ou menor estrutura, e isso vai depender da carteira de clientes, do segmento escolhido e dos recursos que o fotógrafo tem para investir. Muitos começam com poucos recursos e vão evoluindo de acordo com a necessidade e demanda por serviços.
De qualquer forma, quem trabalha em estúdio tem a possibilidade de criar e controlar fundos, ambientes e sobretudo a luz, já que o flash de estúdio ou a luz contínua proporcionam inúmeras formas de iluminar.
Há também as locações externas. É possível que o profissional tenha que fotografar o interior de uma indústria, uma plantação, a fachada de uma empresa ou modelos em ambientes variados. Ou seja, ele deve estar preparado para lidar com questões de deslocamento de equipes, hospedagem, domínio das condições de luz externa, entre outros.
FOTOJORNALISMO
A foto jornalística existe desde o início da fotografia. Historicamente, apesar de o retrato ter sido o primeiro tipo de fotografia, o fotojornalismo teve um papel muito importante, pois permitiu que as pessoas conhecessem fatos até então impensáveis. As guerras, o modo de vida em outros países e quaisquer outros acontecimentos passaram a ser melhor entendidos com a inserção de imagens nos jornais e revistas.
A atuação do fotojornalista
Em termos gerais, o fotojornalismo é a produção de imagens para a imprensa. Para Sousa, um estudioso da área de fotografia, esse tipo de foto corresponde à “atividade de realização de fotografias informativas, interpretativas, documentais ou “ilustrativas” para a imprensa ou projetos editorais ligados à produção de informação da atualidade”.
Achamos interessante colocar esta maneira mais acadêmica de olhar para a fotografia aqui, pois você já deve estar se perguntando se não há coisas em comum entre os vários tipos de fotografia que estamos citando. E, sem dúvida, há. Ao pensarmos em fotografia jornalística, como bem diz Souza, no fundo estamos classificando a fotografia mais pela intenção do que pelo produto final, já que uma foto jornalística pode servir também para a publicidade, por exemplo.
O trabalho do fotojornalista, atualmente, vai além da produção exclusiva para veículos de comunicação como jornais e revistas. Esse fotógrafo profissional pode ser contratado para cobrir eventos de instituições como grupos religiosos, órgãos do governo e empresas. Nestes casos o fotógrafo pode ser ainda fixo ou freelancer, aquele profissional que trabalha como autônomo e é contratado por trabalho, sem manter vínculo empregatício.
Contratado X freelancer
Aliás, é interessante aqui fazer uma distinção entre o profissional contratado e o freelancer. O profissional contratado tem um valor fixo mensal e trabalhará quase que exclusivamente para um lugar, um cliente. Já o freelancer é contratado por trabalho, geralmente atuando para vários clientes.
Um grupo de fotojornalistas (fonte: 3lentes)
Pré-requisitos para o fotojornalismo
Quanto ao equipamento necessário, o básico envolve a câmera, de preferência mais de uma, já que, devido à rapidez de certos trabalhos, há a necessidade de fotografar tanto cenas próximas quanto distantes. O ideal é que as lentes sejam claras, pois, por não estar em um estúdio, o fotojornalista muitas vezes precisa trabalhar em condições mínimas de luz.
O flash dedicado é algo fundamental em vários contextos. Além disso, para que as fotos cheguem aos veículos de comunicação praticamente em tempo real, também é comum que fotojornalistas saiam para fotografar levando computadores portáteis ou notebooks.
Antes das fotos digitais, a fotografia para um jornal, por exemplo, era feita, revelada e enviada para um veículo de comunicação através de um sistema de telefoto. Atualmente, ela é transmitida para o computador por cabo ou wi-fi e enviada através de nuvem, o que tornou o processo bem mais fácil.
O domínio técnico é importante em todas as áreas de fotografia, e no fotojornalismo é fundamental entender o funcionamento do equipamento e saber manuseá-lo com rapidez. Momentos preciosos podem deixar de ser capturados corretamente se o fotógrafo não tiver essa habilidade.
Questões jornalísticas
Além do domínio técnico, o fotojornalista deve conhecer as linguagens usadas em veículos de comunicação e compreender como se dá as etapas de pré à pós-produção das imagens. É comum o fotojornalista sair com uma pauta para trabalhar, elaborada por editores, que deve ser alinhada a um texto.
Para a professora e fotógrafa Vera Simonetti, o fotojornalista deve saber que não será ele necessariamente que escolherá a foto principal. Ele faz parte de uma “cadeia produtora de informações” que envolve, além de outras pessoas, a própria linha editorial do veículo de comunicação.
Nesse sentido, o profissional deve estar ciente dos acontecimentos que cobre, munindo-se de informações sobre o que vai fotografar. Se foi escalado para uma manifestação política, deve ter em mente quais são os lados, a razão e o papel de cada grupo ali. Se vai fotografar um personagem que está sendo entrevistado, ajuda saber quem é e por que está sendo entrevistado. Enfim, são casos que vão muito além da capacidade técnica.
Um fotojornalista usando equipamento de proteção (fonte: John Hui’s Site)
Agilidade, coragem e ética
No fotojornalismo, as poses não são ensaiadas ou dirigidas, os lugares não são modificados e é necessário ter agilidade para não perder a cena e disputar a melhor foto. Também é necessário ter coragem para enfrentar certas situações, como as que envolvem algum crime que foi cometido.
A questão ética também é importante, pois no fotojornalismo a manipulação de imagens não é aceitável. Fazer um corte no enquadramento ou deixar a foto mais clara ou escura pode ser até tolerável. Porém, fazer recortes e colagens, suprimir ou inserir elementos em cena são coisas que comprometem a idoneidade do profissional e do veículo ao qual a foto se destina.
Remuneração
Sobre a remuneração, é interessante considerar a tabela de valores publicada pela Associação de Repórteres Cinematográficos e Fotográficos no Estado de São Paulo. Em meados de 2020, por exemplo, uma foto para capa de jornal tinha como sugestão de preço o valor de R$ 799,88. Uma foto para o miolo, um valor menor, de R$ 212,85.
Na mesma tabela, há uma outra modalidade de trabalho, a de pagamento por diária do fotógrafo. Sugere-se ali, por exemplo, o valor de R$ 1.786,68 para uma diária de fotografia institucional, modalidade que examinaremos a seguir. A tabela também mostra valores para a fotografia publicitária e pode ser vista aqui.
Fotógrafo em uma zona de conflito (fonte: Go Along)
FOTOGRAFIA INSTITUCIONAL
A fotografia institucional é bem ampla e pode se aproximar muito da fotografia jornalística ou da fotografia publicitária.
Como o nome já diz, o fotógrafo institucional trabalhará para uma instituição. Isso inclui mineradoras, empresas agropecuárias ou de pesca, diversos tipos de indústrias, estabelecimentos comerciais, como loja de departamentos e grandes supermercados, escritórios de arquitetura, engenharia ou construção civil, órgãos religiosos e entidades não governamentais, entre outros.
Os usos da fotografia institucional
As fotos servirão tanto para o ambiente interno da instituição quanto para o externo, sendo usadas em catálogos, na intranet ou internet, por exemplo. Assim, parceiros e clientes podem conhecer as atividades corporativas e os empreendimentos da empresa.
A fotografia institucional está ligada à produção de boas imagens que representem a instituição. Isso pode envolver a elaboração de catálogos, de anuários que mostram a produção ou o trabalho ao longo do ano, e até o acompanhamento da execução de algo ou seu resultado.
Por exemplo, uma montadora de automóveis, por exemplo, precisa de fotografias técnicas de equipamentos e de testes com veículos; uma mineradora ou uma construtora pode querer fotografias que mostrem as etapas de construção ou que sirvam para uma inspeção periódica; um escritório de arquitetura pode querer fotos de um local antes e depois de modificá-lo; uma empresa agropecuária pode se valer das imagens para analisar sua safra, ajudando a identificar possíveis problemas na produção. A fotografia abre possibilidades de visualização e acompanhamento e não está ligada somente ao produto final.
Outro exemplo de atuação são órgãos do governo que necessitam de profissionais para registrar cada evento. Nesse caso, se aproxima muito do fotojornalismo, já que as fotografias também podem servir aos órgãos de imprensa. O mesmo vale para as instituições de pesquisa, por exemplo. Zoológicos, hospitais e universidades também podem contar com profissionais de fotografia para diversos projetos.
A questão da manipulação
A fotografia institucional permite, até certo ponto, que as imagens sejam manipuladas para servirem a determinado fim. Porém, não é ético passarem a imagem de algo que não existe sem que isso seja indicado.
Com a facilidade do equipamento digital, incluindo os aparelhos celulares, parte da produção fica a cargo dos próprios funcionários. Contudo, a contratação de um especialista faz toda a diferença no material final apresentado. Por exemplo, para um anuário voltado a investidores, vale muito a pena ter fotografias profissionais.
Fotógrafo trabalhando em ambiente externo (fonte: Almalomat)
Pré-requisitos para a fotografia institucional
Os equipamentos necessários são o básico de qualquer ramo, como câmera, lentes, tripé flash dedicado e programa de edição de imagem. Um acréscimo, dependendo da área institucional, seriam os flashes de estúdio, além das chamadas tochas compactas, que permitem o deslocamento para ambientes externos.
O ingresso na área
Uma boa forma de se inserir na área é procurar estágio com algum fotógrafo que preste serviço para empresas. Aliás, vale notar que, no site ABRAFOTO, Associação Brasileira de Fotógrafos, há uma relação de fotógrafos que atuam nos mais diferentes segmentos.
Outra maneira é montar um portfólio sobre determinado segmento e oferecer a empresas. Um exemplo: se você tem afinidade com animais de grande porte, produza algumas fotos e ofereça a criadores; se prefere o ramo automobilístico, ofereça algumas imagens que possam servir a este tipo de empresa. Pesquise nos sites delas o tipo de fotografia que necessitam.
Remuneração
Não há um parâmetro de salário ou de valor a ser cobrado. Alguns profissionais cobram por tabelas como a da Associação de Repórteres Cinematográficos e Fotográficos no Estado de São Paulo, já citada, mas sempre é possível negociar.
Um dica importante é sempre verificar com o cliente, se não for contratado fixo, o que vai ser fotografado e as condições de trabalho, para que não ocorram conflitos, contratempos e até prejuízo para uma das partes.
Exemplo de portfólio de fotografia (fonte: Meunegocio.uol)
FOTOGRAFIA DE EVENTOS
Evento é uma palavra que pode ser associada até ao fotojornalismo. Aqui, porém, vamos considerar como fotografias de eventos as que registram casamentos, aniversários, bodas, lançamentos de livros, vernissage de galerias, inaugurações de espaços, entre outros.
Essa é uma das áreas da fotografia com mais oportunidades de trabalho, mas também há muita concorrência. Como sempre, o profissional deve buscar se destacar, criando seu estilo próprio e visualizando novas oportunidades de trabalho de acordo com sua rede de contatos e os locais em que atua.
A fotografia de casamento
Até 15 anos atrás, a fotografia de casamento estava na transição do equipamento analógico para o digital. Um álbum comum, oferecido aos clientes, continha em média 30 fotos tamanho 20×25 cm encadernadas. Um trabalho melhor remunerado possuía fotos maiores e era elaborado com filmes de negativos maiores, o que elevava a produção e os custos.
Atualmente as câmeras digitais permitem ampliações suficientes para um álbum com extrema qualidade. A encadernação é feita em máquinas de impressão que permitem que o álbum tenha vincos e ultrapasse a sua página original. Sem falar que o flash adquiriu um grau de automatismo que permite ótimos resultados.
O custo operacional, em parte, caiu. Mas a fotografia de casamento se tornou algo grandioso, em que é comum o uso de mais flashes e a presença de dois ou três profissionais trabalhando. Também se faz o acompanhamento dos noivos na preparação, em ensaios externo pré e pós-casamento. Em alguns casos, há até o uso de gruas e drones para fotografar. Isso tudo elevou o valor cobrado por um trabalho e gerou uma especialização cada vez maior, revolucionando o segmento em comparação com o final do século passado.
Uma fotógrafa realizando fotos de um casamento (fonte: Adorama.com)
Porta de entrada para o mercado fotográfico em geral
A fotografia de eventos costuma ser um meio interessante de ingresso no mercado de trabalho fotográfico, já que a quantidade de eventos é grande e nem sempre é necessário ter o tipo de estrutura mencionado acima. Para quem está começando, a festa infantil costuma ser o evento mais simples de fazer e não requer assistente e outros profissionais. Já festas de quinze anos e casamentos costumam ter uma estrutura mais robusta dependendo, é claro, do que é acordado com os noivos e do orçamento disponível.
Para quem está começando, a montagem de portfólio é necessária e uma possibilidade seria acompanhar alguém que está fotografando, como estagiário, ou mesmo se oferecer para fazer alguns eventos gratuitamente.
Pré-requisitos para a fotografia de eventos
Sobre equipamento, o básico é câmera, lentes grande angular, normal e tele e um flash dedicado. Algumas lentes que vêm em kits básicos de câmeras de entrada têm o comprimento focal de 18-135 mm, o que em tese resolve as mais diversas situações. Mas vale notar que essas lentes normalmente são ruins, muito piores que lentes verdadeiramente profissionais.
Alguns equipamentos mais avançados são uma outra câmera, para redundância e para uso de lente diferente, lentes claras com abertura 1:1.8 e mais de um flash dedicado.
Um ponto importante neste tipo de fotografia é a criação de um contrato de trabalho, para que se tente resolver ao máximo as dúvidas sobre o que o fotógrafo fará, o que será entregue, o que acontecerá se o evento previsto mudar de dia ou horário, entre outras questões.
Remuneração
Em nossa pesquisa sobre valores, vimos que há muita variação dependendo do público, da região e do que é ofertado.
Festas infantis, por exemplo, variam de R$ 600 a R$ 2.000; lançamentos de livros ou aberturas de exposições variam de R$ 400 a R$ 800, mas há outras considerações em relação à estrutura utilizada. Casamento e festas de quinze anos, por exemplo, que são eventos mais valorizados e para os quais às vezes há uma grande produção, podem ter orçamentos que passam dos R$ 20.000.
Fotografia profissional de evento com público (fonte: Spazio26rio)
COMO FAZER UM ORÇAMENTO
Estipular um valor para o seu trabalho pode ser difícil. Afinal, como saber quanto vale seu trabalho?
Em primeiro lugar, lembre-se que você não está cobrando apenas pelas horas do seu tempo. Está cobrando por todo o investimento que fez para estudar e se tornar um excelente profissional. Você não está fazendo um favor ao cliente: ele te contratou porque precisa de alguém com as suas habilidades, e você deve estabelecer um preço justo por elas.
Apesar de equipamento e domínio técnico serem uma preocupação, também considere em seu orçamento despesas como:
- deslocamento (seu e de toda a equipe, se for o caso);
- visita ao clientes (para fechar o orçamento e enviar provas e produto final);
- alimentação;
- custo de álbum;
- tempo dedicado ao tratamento de imagens (ou contratação de um profissional para isso);
- depreciação do equipamento (deve haver previsão de troca de equipamentos por melhores/mais novo a cada período que estipular).
SEU SUCESSO PROFISSIONAL COMO FOTÓGRAFO
Falamos aqui de várias áreas da fotografia, buscando mostrar diferentes maneiras pelas quais fotógrafos podem se realizar profissionalmente. Há outros tipos de fotografias, além das que citamos, que poderiam ser lembradas. Por exemplo, fotógrafos também atuam em produções de cinema e vídeo, nestes casos atuando na fotografia em movimento. Também há o imenso ramo da fotografia artística, que pode ser uma ótima fonte de realização profissional.
A profissão é realmente ampla e admite diferentes formas de especialização. Mas, com a fotografia digital, com todos tendo uma máquina no bolso o tempo todo, como se diferenciar e se estabelecer no mercado?
Em primeiro lugar, vale dizer que este texto é escrito por professores de fotografia, pessoas que amam esta arte. Achamos, sim, que para você ter sucesso, duas coisas são um pré-requisito: estudar muito e amar muito a profissão.
A fotografia requer muito estudo (fonte: Przemekspider)
A dedicação é fundamental
É um engano achar que o que faz a fotografia profissional é o equipamento. Não é! É claro que o equipamento ajuda. Um equipamento ruim pode impedir certos resultados, mas o que faz o sucesso profissional de um fotógrafo vai muito além disso.
Estudando, você domina a técnica, experimenta recursos e melhora o tempo todo. É preciso combinar muita prática com teoria, com referências, com curiosidade. Por exemplo, praticando múltiplos ramos da fotografia, você com certeza aprende coisas diferentes, que vão se somando na sua bagagem.
Uma experiência em fotografia publicitária poderá te ajudar a fazer fotos únicas em um casamento. Ou ainda, sua experiência em fotojornalismo o ajudará a fazer fotografias institucionais melhores e mais diferenciadas. Estes resultados vão vir, principalmente, se você praticar com método, querendo aprender, estudando muitas referências, bem como aspectos teóricos.
Por que é preciso amar a fotografia para ter sucesso profissional? A gente poderia dizer isso de todas as profissões. No caso da fotografia, porém, isso é mais necessário ainda! Trata-se de uma arte, de uma área em que o sucesso depende muito de você conseguir desenvolver um estilo próprio, de achar ou criar seu próprio espaço no mercado. A gente só consegue isso mergulhando fundo, o que só fazemos quando há amor.
A importância da formação
Voltando ao celular, ao smartphone, a verdade é que é ótimo ele existir! Com ele e com todos os softwares que existem, aliás, com todo o movimento da fotografia digital, vivemos agora uma realidade em que há muito mais demanda por trabalhos fotográficos.
Há mais espaço para profissionais bem preparados e capazes de criar seu próprio olhar, atuando nas diferentes áreas da fotografia. A faculdade de Fotografia é uma consequência deste movimento, formando profissionais não apenas na pré-produção, produção e pós-produção fotográfica, mas também oferecendo toda uma bagagem estética, artística e mercadológica para que se destaquem na área. Também é um tipo de curso que faz toda a diferença na empregabilidade, já que, de diferentes maneiras, insere o estudante no mercado de trabalho.
E aí, deu pra entender melhor o mercado de fotografia? Restou alguma dúvida? Se sim, é só deixar sua pergunta ou comentário pra gente, ou conferir esse post, no qual esclarecemos a dúvida de um aluno sobre cursar ou não fotografia.