A publicidade é algo tão enraizado na nossa sociedade moderna que chega a ser difícil imaginar o mundo sem ela. Porém, como tudo que temos hoje, a publicidade teve seu surgimento e evolução particular, precisando percorrer um longo caminho para chegar ao que é agora. Mas, afinal, como ela surgiu? Qual é a história da publicidade?
 
Se essas questões te interessam, vem com a gente! Vamos contar a trajetória dessa área gigante e em constante inovação.
Publicidade de carro antiga

Propaganda do carro Romi-Isetta de 1957. (Fonte: Fundação Romi)

Os primórdios da história da publicidade

Não há um marco definitivo para o início da história da publicidade. Afinal, os anúncios de produtos e serviços existem desde que o comércio começou a tomar forma. Nos centros urbanos, existe há séculos o perfil do “town crier”, ou o “gritador da cidade”: um indivíduo que divulga certo serviço por meio de gritos na rua. Essa, inclusive, é uma prática que sobrevive até hoje, estereotipada no clássico vendedor de pamonha.

Mas essas formas de divulgação ainda estavam muito distantes do que entendemos hoje como publicidade. Pode-se dizer que os primeiros indícios do que viria a ser a publicidade surgiram junto à escrita. Afinal, uma vez que era possível registrar e transmitir mensagens de forma escrita, não deve ter demorado muito até que as pessoas percebessem que essa era uma excelente forma de divulgar serviços e impulsionar o comércio.

Há registros de anúncios em papiros egípcios na Antiguidade, divulgando a venda de determinado produto ou serviço. Diversas sociedades também faziam uso da pintura de anúncios em paredes ou pedras.

Mas, é claro, não havia uma teoria por trás desses anúncios, uma metodologia ou estudos mais aprofundados.
O processo era puramente intuitivo e pontual, até porque questões como o alcance dos anúncios eram muito limitadas.

Para que a publicidade pudesse começar a se desenvolver de verdade, era necessário haver uma maior democratização no acesso à informação e uma circulação de textos mais extensa. Isso só seria possível após o século 16, quando as técnicas de imprensa, desenvolvidas por Gutenberg por volta de 1430, começaram a se consolidar.

Primeiro anúncio da história da publicidade

Primeiro anúncio imobiliário, publicado em 1704 no jornal americano Boston News-Letter (Fonte: Blog Drawbotics)

Os primeiros passos da publicidade

A história da publicidade começa a se desenvolver mais rapidamente ao longo dos séculos 16 e 17, quando os jornais começaram a se popularizar. Com essas publicações, surgiu a oportunidade de transmitir não apenas notícias, mas todo tipo de anúncio.

Os comerciantes, é claro, não demoraram a perceber isso. As propagandas apareceram nas publicações praticamente desde o início, como forma de equilibrar os custos de produção e distribuição. Foi o surgimento do pilar do marketing e da publicidade: a venda de um espaço para anúncio de um produto.

Embora essa técnica já fosse usada em jornais da Itália, Holanda, Alemanha e Inglaterra, foi só em 1836, na França, que ela foi aprimorada. Émile de Girardin, editor do jornal La Presse, foi quem realmente aperfeiçoou a publicidade nos jornais: ele foi o primeiro a depender em larga escala dos anúncios, conseguindo então diminuir o preço dos jornais e, consequentemente, aumentar muito as vendas.

É importante ressaltar que, nessa época em que a publicidade ainda engatinhava, as propagandas falsas reinavam. Ainda não havia no mundo legislações que regulamentassem a ação da publicidade, então valia tudo! Os anunciantes podiam prometer curas milagrosas, resultados impossíveis… Seria um longo caminho até que a propaganda enganosa começasse a ser considerada crime, como nos dias de hoje.

A evolução da publicidade

Com o aumento de importância dada à publicidade, começaram a surgir as primeiras agências voltadas totalmente para isso, principalmente na Grã-Bretanha, nos EUA e na França. Surgia assim a figura do publicitário, um profissional voltado exclusivamente para a promoção de produtos e serviços.

No início do século 20, com a Revolução Industrial já consolidada e em expansão, as empresas buscavam novas formas de vender seus produtos e novos mercados. Questões como transporte e produção se tornaram mais fáceis e rápidas, o que impulsionou a publicidade: era preciso investir em propaganda para vender os estoques crescentes. Nesse cenário, a partir de 1900, as agências de publicidade começam a romper as fronteiras nacionais e ganhar o mundo. Hoje são quatro os grandes conglomerados internacionais de publicidade: Interpublic, Omnicom, Publicis e WPP.

História da publicidade da coca-cola

Propaganda da Coca-cola de 1906 (Fonte: Coca-cola Company)

Rádio e TV

Com o surgimento do rádio no século 20, a publicidade ganhou mais um meio de transmissão. Passou a ser possível ter propagandas com som e chegar a públicos diferentes.
 
A linguagem diferenciada da publicidade, já explorada e aos poucos aperfeiçoada nas propagandas gráficas, ganhou destaque. Afinal, era necessário diferenciar a propaganda de programas “monótonos”, como o noticiário. A peça publicitária precisava atrair pelo tom, pelas músicas e pela escolha de palavras. Surgem assim os jingles, aquelas musiquinhas de propaganda que muitas vezes grudam na cabeça (esse, na verdade, é o objetivo delas!).
 
Mas o grande impulso na história da publicidade veio a seguir: a invenção da televisão. A possibilidade de contar com texto, imagem em movimento e som em uma mesma peça publicitária revolucionou a publicidade. As pessoas podiam agora ver os produtos sendo demonstrados em ação, ao mesmo tempo que o áudio e os textos na tela tentavam convencer o possível comprador, através da cuidadosa redação publicitária. Passou a ser muito mais fácil transformar um produto em objeto de desejo ou necessidade.

A história da publicidade no Brasil

No Brasil, a publicidade como a conhecemos só começou mesmo após a segunda metade do século 19, quando o Brasil já era independente de Portugal. Os primeiros anúncios em jornais brasileiros surgiram nessa época.
A primeira agência de publicidade brasileira, a Eclética, só foi fundada em 1913.

O rádio se popularizou por aqui entre as décadas de 40 e 50, trazendo com ele todas as possibilidades da publicidade em anúncios sonoros. Em 1950, é inaugurado o primeiro canal de televisão brasileiro, a TV Tupi. Surgem assim os primeiros comerciais de TV brasileiros.

Aqui no Brasil, a profissão de publicitário foi regulamentada em 1965. Alguns anos depois, na década de 1970, começou a ser criado o Código de Autorregulamentação Publicitária, um regulamento aplicado pelo CONAR até hoje. O objetivo desse documento é garantir que os publicitários atuem de forma ética e honesta. Embora não tenha força de lei, o código é um consenso entre publicitários e estabelece o padrão ético para essa área de trabalho.

A publicidade pós-internet

A internet foi um novo marco na história da publicidade, por ser capaz de englobar todas as formas de publicidade anteriores e, ao mesmo tempo, criar novas. Inovou também ao democratizar o acesso aos canais de publicidade: hoje, não é preciso investir muito dinheiro para promover sua marca na internet.

Reinvenção da publicidade tradicional

Com os meios digitais, os tipos tradicionais de propaganda puderam ser reinventados. Um exemplo são os banners publicitários utilizados em publicações impressas, que passaram a ser utilizados também em sites, com a vantagem de poder ter animações e links diretos para os produtos de uma empresa.

Vídeos de propaganda, como os da TV, podem ser exibidos em páginas, no início de vídeos gratuitos na internet e até em aplicativos de celular. Nos últimos dois casos, o consumidor precisa assistir a pelo menos alguns segundos de vídeo publicitário antes de acessar o vídeo ou aplicativo que deseja. Dessa forma, os desenvolvedores conseguem manter a gratuidade dos serviços. Em alguns aplicativos de jogos, inclusive, é possível assistir a vídeos patrocinados em troca de recompensas, como moedas do jogo ou vidas extras.

Vídeos de propaganda em aplicativos são nova forma de publicidade

Ilustração de um vídeo de propaganda em um celular. (Fonte: Neil Patel)

A nova publicidade

A maior vantagem da internet, no entanto, não está na reinvenção das formas clássicas de publicidade, e sim na criação de formas novas. Com as mídias sociais, por exemplo, marcas e clientes se tornaram muito mais próximos. Através de redes sociais, as marcas conversam diretamente com o consumidor, promovem diretamente seus produtos e recebem feedback dos clientes, que também acabam promovendo a marca por meio de suas próprias postagens ou compartilhamento de posts.

Mas não só de redes sociais vive a nova publicidade. A cada dia, surgem novas formas de divulgar produtos com o apoio da tecnologia. Os advergames, por exemplo, são um novo tipo de propaganda, que utiliza jogos digitais para promover uma marca ou produto.

O marketing de conteúdo é outra forma inovadora de se fazer publicidade. A prática consiste na criação de conteúdo relevante e gratuito, que promova a credibilidade da marca. Mas como isso se dá? Calma, a gente explica.

Uma empresa de roupas, por exemplo, pode produzir diversos conteúdos sobre moda, como dicas, tendências para a estação, grandes nomes da indústria, entre outros. Esses conteúdos podem ser feitos por meio de textos em blogs, podcasts, vídeos, etc. O leitor, ao buscar e encontrar um conteúdo informativo que o interessa, vai ao mesmo tempo se familiarizar com a empresa que está oferecendo aquele conteúdo. Assim, passa a ter confiança no serviço que a empresa oferece.

Marketing de conteúdo, um novo marco na história da publicidade

Ilustração das formas de marketing de conteúdo (Fonte: Getty Images)

A tecnologia não para de evoluir, e com ela surgem cada vez mais oportunidades para a publicidade. Essa é uma área, aliás, que junta o melhor dos dois mundos quando se trata de mercado: já está mais do que consolidada, sendo inclusive cada vez mais essencial, e ao mesmo tempo tem espaço aberto para inovações. Ou seja, para aqueles que estão começando a pensar em que carreira seguir, a faculdade de publicidade e propaganda é uma excelente escolha.

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